Quatro horas e o sol nem desponta Ela acorda achando que dormiu bem além da conta E num minuto se apronta Ferve a água em fogão duas-bocas Acorda as cinco filhos num safanão Comem rápido a refeição pouca E correm pra boleia do caminhão
É um filho de cada marido Beto, Rafa, Esmeralda, Izilda e Bebel, a caçula, Nem precisam de escola As crianças conhecem o ofício Têm o segredo na palma da mão A profissão exige sacrifícios Mas todos cortam cana de montão
Nesse dia não tem nem boia-fria Benedita não pode comprar nem sequer o feijão É panela vazia Dita e os seus cinco filhos trabalham Cortando cana no facão Mas neste mês teve pouco salário Sobrou apenas pro aluguel do barracão
Benedita maldita e aflita Sonha com algo que solucione as suas desditas E acalme o seu coração E no sonho se vê tão bonita Imita a moça da televisão Dita crê que no céu Deus habita E a Ele pede em sua oração.
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