Ouve, que a gratidão em nós é voz e
música,
Porque te vemos sem mistério ou mágica
Unindo hoje fé, razão e lógica.
Fala, irmão maior, ó, reluzente espírito,
Pois em verdade és tu a chama vivida
Revivescida pela fé espírita
Olha no nosso esforço um pequeno óbolo
Que por mais nobre é sempre esboço pálido
Do rebrilhar do teu exemplo ar gélido
Mostra que ao Pai eterno é toda crença
irônica,
Desde que os crentes busquem ser-lhe
apóstolos
Fazendo aos mais imposições tirânicas
Vindo de novo ao mundo brilhas qual
relâmpago
Iluminando com verdade máximas
Meus pobres versos, minhas vãs semínimas.
Vendo que é forte o laço entre fruto e
árvore
De novo ensinas tua moral sem mácula
Trazendo a fé à multidão incrédula
Toma-me, que eu ame ao menos nesta hora
última,
Nos passos teus que eu aja neste átimo
Pensando chagas e enxugando lágrimas
Guia-me, que minha voz ressoe no teu
hálito,
E em ti moldando cada novo hábito
Que eu menos seja o velho homem tímido
Chama-me, que eu prove amor pela doutrina
tríplice
Que enviaste a inspirar bom animo
Aos oprimidos, fracos, sós e súplices.
Chama-se, que finalmente eu entendi de
súbito,
Longe de ti, mesmo a alegre é fúnebre,
Contigo há festa e paz, mesmo ante o
túmulo.