Que solidão, nem sei dizer
De onde chegou? O que vai ser?
Num outro dia ainda sentia o sol pelo meu
corpo
Hoje o frio assola fundo o meu ser
É como mergulhar no lodo perseguindo um
brilho
Vivendo a vida esperando pra morrer
O céu azul que alguém mostrou
Não da pra ver de onde estou
Olhos abertos tateando numa noite escura
Preso à candeia mas sem conseguir me
achar
Barco à deriva sem jamais tocar o
horizonte
Saber da ida sem passagem pra voltar
Acordar pra que o dia me esqueça
Maldizer que anoite amanheça
Quem deixei no espelho queria encontrar
Por mim mesmo me sinto traído vez irado,
vez arrependido
Gritando socorro em silêncio só sei
magoar
(...)
Não sou veneno, peso morto, nem caso
perdido
De um poço escuro ha estrelas pra
enxergar
Me esqueci de que ja fui o meu melhor
amigo
Mesmo no medo posso voltar a sonhar
À minha volta vejo tantos fingindo
felizes
Olhar sem brilho é impossível disfarçar
Se eu esticar o braço à tona alguém me
resgata
Quero, de novo, minhas asas pra voar