Nos timbres de um novo dia, na ressonância
do bocejar
O astro rei que fulgura espalha a vida em
todo lugar
E num cortejo de cores vem a natureza
pavonear
Pelo céu, pelo mar, pelos campos,
estradas, esquinas
Entre sorrisos, gestos e sonhos
Se queixa pelas cidades: não sobra tempo
pra essa visão
Resume a sociedade: falta harmonia, falta
união
Soar trombetas fascina mas, não vai
ajudar nessa questão
Falta determinação para o coração
resgatar a criança
Suja e esfolada mas, no sorriso toda
esperança
Lá, lá, lá, lá... Feliz se é do bem
Lá, lá, lá, lá... Vem ser feliz também
Adiar o inevitável é prorrogar a
inquietação
O camarão que cochila a onda leva de supetão
Se sente a necessidade, então, pra que
deixar o tempo roubar
Um momento só seu, que não volta mais, no
encanto de dar
Mais sentido a tudo aquilo que chama
viver a vida
Lá, lá, lá, lá... Feliz se é do bem
Pão e circo a satisfazer enquanto a
ilusão durar
No delírio custa reconhecer, no
desencanto acordar
Não e, não e, não e, não e, não, palavra
fácil
Que não merece o seu melhor, diga sim,
sai de mim
Quero a vida em realidade, a felicidade
que eu mereço
Lá, lá, lá, lá... Feliz se é do bem
Lá, lá, lá, lá... Vem ser feliz também