Almas tristes da Terra, almas cansadas
No casulo da sombra merencória,
Que sonhais a Beleza, o Amor e a Glória
das sublimes esferas estreladas...
Almas que padeceis acorrentadas
Aos tormentos da carne transitória,
Falenas presas à sinistra escória
Das aflições de todas as estradas!...
Aves de luz no lodo miserando,
Desatai vossas lágrimas cantando,
Sob as rudes algemas da ansiedade!
Louvai a angústia que vos dilacera,
Que a santa liberdade vos espera
Nas azuis amplidões da Imensidade...