Vieram muitos, carregando
Nas mãos, e armados só da coragem
O desejo, a esperança,
De transformar a paisagem
E semeavam nas areias
Sob o sol, a mensagem
De sonhar aqui e agora
E despejavam nas aldeias,
Nas estradas, na aragem,
O Amor em boa hora
Arco íris sobre as vidas
Daquela gente tão rude
Palavras doces e bem-vindas
Como o som do alaúde
Andarilho nas manhãs
Verbo solto a ferir a face da morte
(para sempre seremos)
Irmãos e filhos, amigos e irmãs,
Em festa e culto, desvendada no rumo
norte,
A paz que queremos
Palavras que atravessam
O longo fio das gerações
Poemas que dissipam
A tristeza dos corações
Lançada está a sorte
A quem quiser, vai encontrar
A luz, no rumo norte
De uma viva estrela a brilhar