Há
crianças olhando nas janelas,
Há
crianças brincando nas favelas.
Há
crianças de rua todas belas,
Com
fome ou sem nome todas elas.
Há
crianças que mentem pela vida.
Há
crianças de almas tão sofridas.
Há
crianças pedindo nas esquinas,
Tanto
faz se meninos ou meninas.
Sem
voz, então eu canto por elas.
Um
canto de esperança,
Que
ainda não calou,
Canto
a marca das lembranças,
Que
o tempo me deixou.
Eu
quero pão, quero amor,
Dignidade
não é favor.
Enquanto
seus olhos disfarçam
Ela
está a seu lado, batendo em seu vidro.
A
cara magrela e suja, às vezes assusta, parece inimigo.
A
mão estendida e feita, a alma pranteia fazendo um pedido.
No
fundo é só uma criança,
Que
chora e que brinca e precisa de abrigo.