Eu
não pude ver-Te, meu Senhor,
Nos
bem-aventurados do mundo,
Como
aquele homem humilde e crente do conto de Tolstoi.
Nunca
pude enxergar
As
Tuas mãos suaves e misericordiosas,
Onde
gemiam as dores e as misérias da Terra;
E a
verdade, Senhor,
É
que Te achavas, como ainda Te encontras,
Nos
caminhos mais rudes e espinhosos,
Consolando
os aflitos e os desesperados...
Estás
no templo de todas as religiões,
Onde
busquem Teus carinhos
As
almas sofredoras,
Confundindo
os que lançam o veneno do ódio em Teu nome,
Trazendo
a visão doce do Céu
Para
o olhar angustioso de todas as esperanças.
Estás
na direção dos homens,
Em
todos os caminhos de suas atividades terrestres,
Francisco
Cândido Xavier - Parnaso de Além-Túmulo 365
Sem
que eles se apercebam
De
Tua palavra silenciosa e renovadora,
De
Tua assistência invisível e poderosa,
Cheia
de piedade para com as suas fraquezas.
Entretanto,
Eu
era também cego no meio dos vermes vibráteis que são os homens,
E
não Te encontrava pelos caminhos ásperos...
Mocidade,
alegria, sonho e amor,
Inquietação
ambiciosa de vencer,
E
minha vida rolava no declive de todas as ânsias...
Chamaste-me,
porém,
Com
a mansidão de Tua misericórdia infinita.
Não
disseste o meu nome para não me ofender;
Chamaste-me
sem exclamações lamentosas,
Com
o verbo silencioso do Teu amor,
E
antes que a morte coroasse a Tua magnanimidade para comigo,
Vi
que chegavas devagarinho,
Iluminando
o santuário do meu pensamento
Com
a Tua luz de todos os séculos!
Falaste-me
com a Tua linguagem do Sermão da Montanha,
Multiplicaste
o pão das minhas alegrias
E
abriste-me o Céu, que a Terra fechara dentro de minhalma...
E
entendi-Te, Senhor,
Nas
Tuas maravilhas de beleza,
Quando
Te vi na paz da Natureza,
Curando-me
com a Dor.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932