1
Ao
meu tétrico olhar abominável,
O
homem é fruto insólito da ânsia,
Heterogeneidades
da Substância,
Argamassando
um Todo miserável.
Psique
dolorosa e inexpressável
Na
mais remota epíspase da infância,
Desde
a mais abscôndita reentrância
Da
sua embriogenia detestável.
Do
intravascular princípio informe,
Larva
repugnante e vermiforme,
Nos
íntimos recôncavos da placenta.
A
quietação dos túmulos inermes,
Era
um feixe de mônadas de vermes,
Dissolvidos
na terra famulenta.
2
Após
a introspecção do Além da Morte,
Vendo
a terra que os próprios ossos come,
Horrente
a devorar com sede e fome
Minhas
carnes em lúbrico transporte,
Vi
que o “ego” era o alento flâmeo e forte
Da
luz mental que a morte não consome.
Não
há luta mavórtica que o dome,
Ou
venenada lâmina que o corte.
Depois
da estercorária microbiana,
De
que o planeta triste se engalana
Nas
grilhetas do infinitesimal,
Volve
o Espírito ao páramo celeste,
Onde
a divina essência se reveste
Da
substância fluida, universal.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932