1
Na
alcova desguarnecida,
Sobre
uma enxerga, a doente
Soluça
como quem sente
O
fim nevoento da vida.
Beija-lhe
a filha inocente,
Minúscula,
embevecida,
Mirando-a
enternecida,
Dizendo-lhe
docemente: –
“Não
chores mais mamãezinha:
Vou
dar minha bonequinha
À
santa lá do altar;
E
com esta minha promessa,
Ela
há de vir bem depressa
Para
a senhora sarar.”
2
O
mendigo desprezado
Olha
as estrelas e chora,
Pois
sente que se enamora
Do firmamento
estrelado.
Ao
seu Jesus bem-amado,
Cheio
de lágrimas, ora,
E
pede, suplica, implora
Perdão
para o seu pecado.
Vêem-se
raios formosos,
Dimanando
luminosos,
Do
clarão da sua fé;
E lá
dos céus abençoa
Sua
alma singela e boa,
O
Jesus que ele não vê.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932