Poesia
da Natureza
Embalsamada
de olores,
Ornamentada
de flores
Que
os meus encantos resume;
Poema
de singeleza
Esplendente
e delicada,
Como
raios de alvorada
Cheia
de luz e perfume!
Suavidade
e doçura
Das
rosas, das margaridas,
Das
lindas sebes floridas
Nos
dias primaveris:
Radiosidade
e frescura,
Fragrâncias,
amenidade,
Aromas,
alacridade
Dos
cenários pastoris!
As
cotovias cantando,
As
ovelhinhas balindo,
As
criancinhas sorrindo
Na
alegria das manhãs;
Jovens
felizes amando
Entre
arroubos de ternura,
Caridosa
ventura
No
abril das almas irmãs.
Belezas
de canto agreste
Nas
urzes da Terra escura,
Tão
cheia de desventura;
Entretanto,
imaginai
A
Natureza celeste
Longe
da Terra sombria,
Na
glória do Eterno Dia
Do
reino de Nosso Pai.
Ó
Terra, quanto eu quisera
Unir-te
toda à poesia,
À
mesma santa harmonia
Que
te prende à luz dos Céus,
Nessa
mesma primavera
Dos
rutilantes espaços,
Em
que me sinto nos braços
Do
amor sagrado de Deus.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932