Meu
Lasneau, não é bilhete,
Não
é ofício, nem ata.
É o
coração que desata
Meus
pesares num lembrete.
1
Lasneau
amigo, esta choça,
Onde
a carne, breve, passa,
Cheia
de lama e fumaça,
É
minúscula palhoça.
A
Terra, ante o sol da Graça,
É
feio talhão de roça,
Detendo
por balda nossa
Descrença,
guerra e cachaça.
Agora
é que entendo isso,
Mas
é triste a fé sem viço
Que
o sepulcro impõe à pressa...
Espere
sem alvoroço,
Além
da prisão de osso,
A
vida real começa.
2
Oh!
meu caro, se eu pudesse
Dizer
tudo o que não disse,
Sem
a velha esquisitice
Que
inda agora me entontece!
Entretanto,
é clara a messe
Da
sementeira de asnice.
Perdi
tempo em maluquice
E o tempo
me desconhece.
É
natural que padeça
A
minha pobre cabeça
Perante
a Luz, face a face.
Não
me olvide em sua prece,
Desejo
que a luta cesse,
Que
a coisa melhore e... passe.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932