O MAU DISCÍPULO
Era
uma alma
Formosa
e bela:
Fúlgida
estrela
De
puro alvor,
Que
habitava
Qual
uma flor
O
espaço infindo,
Imenso
e lindo,
Nessas
regiões
Onde
há mansões
Purificadas,
Iluminadas
Do
Criador.
Porém,
um dia,
Disse
Jesus
A
quem vivia
Em
meio à luz:
“Filho
querido,
Estremecido,
Dos
meus afetos!
Tu
necessitas
Buscar
a Vida
Em
meio às vagas
Das
provações!
Dentro
das lutas,
Tredas
disputas
Do
Bem, do Mal,
É
que verei
Se o
que ensinei
Ao
teu valor,
Aproveitaste
E
assimilaste
Em
benefício
Da
lei do amor,
Do
sacrifício!...
Tens
a fraqueza
Da
imperfeição
Aqui,
porém,
Já
te mostrei
A
lei do amor,
Luz
do Senhor –
O
sumo bem.
Tu
lutarás,
Mas
vencerás
Se
bem souberes
Te
conduzir
Nesses
caminhos
Entre
prazeres,
Risos
e flores,
Por
entre espinhos,
Mágoas
e dores...
E se
aprenderes
Saber
viver,
Sorrir,
sofrer,
Conquistarás
A
grande paz,
A
grande luz
Que
eu, teu Jesus,
Reservarei
E
hei de guardar
Para
a tua alma,
Ao
regressar.
A
dor, somente
A
luta amara
Lá
nos prepara
Para
vivermos,
Tranqüilamente,
Nessas
moradas
Iluminadas
Do
nosso Pai!
Luta
e trabalha
Singelamente
Nessa
batalha
Que
te ofereço,
Pra
conquistares
A
luz, o amor
Do
teu Senhor.
Tu
viverás
Entre
os brasões
Das
ilusões
Da
Terra impura;
Conhecerás
Lindas
riquezas
Iluminando
E te
ensinando
O
bom caminho,
A
boa estrada
E
com carinho
Sempre
a mostrar-te
A
caridade
Com
toda a luz
Que
ministrei
Ao
teu pensar,
E
ora conduz
Teus
sentimentos,
Teus
pensamentos,
À
perfeição
Do
coração.
Caminha
avante,
Na
deslumbrante
Rota
do amor!
Espalha
o olor
Que
já plantei
E
fiz brotar,
Que
cultivei
Dentro
em teu ser.
Sê
sempre amigo
Dos
sofredores,
Dos
que padecem
Sem
conhecer
Sequer
abrigo
Onde
isolar-se,
Onde
guardar-se
Das
fortes dores
Que
acometem
Os
sofredores.
Sê a
Bondade
Entre
a maldade
Dos
homens feros,
Ambiciosos,
Frios,
austeros,
Pecaminosos.
Se
assim fizeres
E
procederes,
Sempre
cumprindo
Os
teus deveres,
Tornar-te-ás
Em
verdadeiro
Anjo
da paz,
Em
mensageiro
Do
Deus de amor.
Assim
darás
À
Humanidade
O
testemunho
Da caridade
Do
teu Senhor!”
A
alma formosa
Então
desceu
Para
lutar,
A
conquistar
Maior
ventura,
Rútila
e pura
Aqui
no Céu.
Então,
nasceu
Num
lar ditoso,
Régio,
faustoso,
Dos
venturosos,
Onde
a alegria
Reinava,
e ria
Constantemente,
Proporcionando
À
rica gente
Que
o habitava
Os
belos gozos,
Lindos,
formosos,
Mas
irreais,
Desses
palácios
Materiais.
Ainda
criança,
Era
adorado,
Felicitado
Nessa
abastança;
Naquele
lar,
Rico
alcaçar
Dos
abastados,
Ele
então era
A
primavera
Dos
áureos sonhos
Dos
pais amados!
Assim
cresceu,
Belo
esplendeu,
Na
mocidade.
Ganhou
saber
Nobilitante,
A
luz brilhante
Dessa
ciência
Que,
na existência,
Por
planetária,
Faz
com que a alma
Se
torne egoísta
E
refratária
A
lei de Deus.
Tornou-se
esquivo,
Cruel
e altivo
A
Humanidade
Não
praticando
Mas
renegando
A
caridade.
O
que aprendera
No
Infinito
E
prometera
Ao
bom Jesus,
Tudo
esquecera
Em
detrimento
Do
sentimento
Que
então trouxera,
Cheio
de luz.
Refugiou-se
Na
vã Ciência,
Despreocupou-se
Com
a consciência.
Na
Academia
Dos
homens sábios,
Ele
esplendeu
No
vão saber;
O
infeliz ser
Viveu
dos lábios,
Seu
coração
Jamais
viveu!
Foi
uma flor,
Mas
sem olor;
Fulgiu,
brilhou,
Mas
renegou
A
lei do amor.
E da
existência
Da
própria alma
Por
fim descreu,
A
relegar,
Como
um ateu,
Filho
do Mal,
A
imensa luz
Espiritual.
Foi
refratário
Ao
próprio afeto
Dos
pais que o amavam
E
idolatravam
Com
mór ternura,
Dele
esperando
Sua
ventura.
Os
próprios filhos,
Suaves
brilhos
Da
nossa vida,
Nossa
esperança
Encantadora,
Os
desprezou,
Somente
amando
Sua ciência
Enganadora.
Só
procurou
Brilhar,
fulgir;
Nunca
buscou,
Assim,
cumprir
Sua
missão.
Sempre
espalhou,
Em
profusão,
Suas
idéias
Tristonhas,
feias,
Do
ateísmo
Desventurado.
Nunca
estancou
Uma
só lágrima;
Nunca
pensou
Uma
ferida,
Que
brota n'alma
Desiludida;
Não
consolou
O
que sofria,
De
quem fugia
Sem
compaixão!
Enfim,
viveu
Só
na Ciência,
Nessa
existência
Que
passa breve!.
O
ingrato teve
Mil
ocasiões
De
praticar
Boas
ações
E
espalhar
O
amor e a luz
Que
o bom Jesus
Lhe
concedera:
Mas,
infeliz,
Jamais
o quis.
Porém,
um dia,
A
Parca fria,
A
morte amara,
Cruel,
avara
E
dolorosa,
O
arrebatara
Nessa
escabrosa
Escura
via,
E o
conduziu
Para
o Infinito,
Onde,
num grito,
Ele
acordou
Do
seu letargo,
Do
sono amargo
Em
que viveu.
Ao
descerrar
O negro
véu
Do
esquecimento,
Sentiu
seus olhos
Enevoados,
Tristes
abrolhos
No
pensamento!
Olhou
o abismo
Do
pessimismo
Em
que vivera,
Por
onde sempre
Se
comprazera.
Sentiu-se,
então,
Abandonado,
Amargurado
Na
aflição!
Somente,
assim,
Dentro
da dor,
Lembrou
de Deus,
Do
seu amor,
A
implorar
Da
luz dos Céus
Consolação!
Das
profundezas
Do
coração,
Íntima
voz
Disse-lhe
então:
“Ó
mau discípulo,
Em
quem eu pus
Todo
o esplendor
Da
minha luz,
Do
meu amor!
Tu
te perdeste
Por
teu querer,
Pelo
viver
Que demandaste.
Jamais
soubeste
Te
conduzir,
E
assim cumprir
O
teu dever.
Por
isso, agora,
Audio(s):
Interprete: PARNASO POEMAS MUSICADOS (TRIODALMA)
CD: NÃO INFORMADO