Eis
que é chegado o tempo de arar
e a
terra sempre acolhe o grão que a ela desce
quando
no horizonte o sol vem e resplandece
trazendo
a manhã que floresce em dia.
Chegadas
são as horas do trabalho purificador,
de
lavar as sombras que, por dentro, moram
de
trazer consolo e alento às almas que choram
inda
imersas em cegueira desnorteadora.
Já
chegou, há tanto, o momento de amar
de
esquecer um pouco o próprio ego
de
calar as loucas vozes do orgulho cego
e
avizinhar-se à feliz descoberta da unidade.
Sim!
Chegaram as horas em que a luz conclama
que,
embora em silêncio, fala e chama
como
se fossem mil trombetas de alarido.
E
quem ouve esse chamado, logo desperta
já
não se perde tanto dentro de si
sabe
que o amor pode morar aí
a
irradiar-se profunda e infinitamente.
Esse
chamado é doce, forte, irresistível
convida
à regeneração que se avizinha:
“Vinde
também vós para a minha vinha!”
até
que o amor nos abrace em tudo!