Eu
fui daquelas almas que viveram
Sem
conhecer da Terra os paraísos,
Que
somente a amargura dos sorrisos
Pela
noite das dores conheceram.
Não
que eu fosse infeliz e desditoso,
Pois
fui também humano entre os humanos,
E
através dos meus dias, dos meus anos,
Se
eu quisesse gozar, teria o gozo.
É
que ao sentir no âmago do peito
A
atitude do homem nessa vida,
Coração
enganado, alma iludida,
Afastado
do Puro e do Perfeito,
O
meu ser que sonhara a Humanidade
Qual
um ramo de flores perfumosas,
Viu
as almas tremerem, desditosas,
Sob
o peso da própria iniqüidade.
E
isolado nos grandes sofrimentos
De
ser só, na aspereza dos caminhos,
Encontrei
o prazer pelos espinhos,
Ao
trilhar os carreiros dos tormentos.
Pois
no mundo pequeno da minhalma,
Quando
em dor me envolvia a desventura,
Eu
vislumbrava a luz brilhante e pura
Que
me trazia a paz, bonança e calma:
–
Era a luz que me vinha da visão
De
ver o Cristo-Amor, entre cansaços,
E
tinha então prazer de ver meus braços
Enlaçados
na cruz da provação.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos